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TodAs EscreVemos

“Finalmente, escrevo porque tenho medo de escrever, 

mas tenho um medo maior de não escrever."

Gloria Anzaldúa

     Este site é o resultado de um trabalho coletivo e autônomo, elaborado ao longo do segundo semestre de 2020, o qual teve o apoio da Fora da Asa - Experiências Plurais, projeto de ações educacionais plurais e espaço cultural em Porto Alegre/RS. Consolida uma proposta organizada por duas professoras, Camila Alexandrini e Rita Lenira Bittencourt; duas comunicadoras, Iasmin Schleder e Brenda Vidal; uma web designer, Franciele Fernandes; e uma escritora, mariam pessah, que participou do projeto em seu início.

     A hipótese que o gerou é a de que todas as mulheres escrevem. Escrevem, mas não conseguem publicar. Escrevem e não se sentem sempre autorizadas a compartilhar, a se ler. Escrevem clandestinamente. Escrevem como uma forma de suspirar. Escrevem sem saber o que fazer com o escrito, que acaba se perdendo ou permanece guardado em gavetas...

       A proposta foi a de oportunizar a publicação de textos (compreendendo texto como o que faz sentido em até duas páginas A4) inéditos, em espaço  público, que motivasse principalmente as não profissionais das letras a exibirem seus trabalhos. E também a se exibirem, com alguma imagem, não necessariamente fotográfica, mas autorreferencial. Definimos também que se estenderia às mulheres trans, que a primeira edição seria restrita a Porto Alegre e que o conjunto figuraria em site com o título do projeto.

        Lançada a convocatória, assinada deliberadamente em terceira pessoa - Todas escrevemos -, organizamos lives de divulgação das normas do projeto e criamos cards, com ícones da literatura de referência – como Conceição Evaristo e Virginia Woolf e a portoalegrense Luciana Abreu – além de escritoras contemporâneas – como Angélica Freitas, Eliane Potiguara, Lyana Alisse - , considerando-as representantes das várias literaturas que nos interessa incentivar: feminista, indígena, negra, trans e LGBTQI+, mais para fora da academia e ligada a grupos historicamente marginalizados em relação à escrita.

       Recebemos um número expressivo de trabalhos, 160 produções, todas publicadas aqui e, juntamente, apresentamos dados pessoais como idade, raça, endereço, computados em pesquisas paralelas, para termos uma mostra a respeito desse panorama em construção. Construção porque reconhecemos a urgência em se pensar estratégias para tornar nossa escrita mais plural; por desejarmos profundamente que todas sejam lidas por todas. 

      Nesse sentido, entendemos como futuro desse projeto o investimento em ações que promovam a ampliação de registros de mulheres negras, indígenas e trans nesse panorama, bem como dar continuidade aos encontros de formação cujo objetivo principal é formar estruturas para um teto todo nosso. Com Luna Souto Ferreira e Rita Terezinha Schmidt - as duas profissionais das letras convidadas para dialogar conosco em setembro e outubro de 2020 - pudemos compartilhar aprendizados imprescindíveis para a produção de mulheres. 

           Por fim, é com alegria que também anunciamos a criação do Selo TodAs EscreVemos o qual será inaugurado com a publicação de Sujeita, livro de poemas de Brenda Vidal. Sendo um trabalho coletivo, abrimos sempre o convite às mulheres que queiram dele fazer parte. 

Porto Alegre, junho de 2020. 

todasescrevemos@gmail.com

@todasescrevemos

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